No ambiente empresarial atual, a liderança pelo exemplo é frequentemente considerada uma estratégia fundamental para o sucesso organizacional. Contudo, a realidade muitas vezes apresenta desafios significativos, especialmente quando a dedicação dos colaboradores não corresponde às expectativas da gestão. Muitas vezes os empresários desempenham o papel de “Bombeiro de Serviço”, sempre a salvar o dia ou “Enciclopédia da empresa” porque sabem tudo e a quem todos recorrem constantemente com perguntas.
Recentemente, foi necessário proceder à reestruturação do quadro de pessoal com a saída de colaboradores cuja produtividade não justificava os custos. Adicionalmente, verificou-se que, durante os períodos de férias, descobrem-se numerosos erros e tarefas mal feitas, frequentemente ocultadas da gestão e constantes adiamentos para mais tarde alguém resolver. Esta atitude revela uma preocupante falta de compromisso e responsabilidade. Será que o “amor à camisola” já saiu de moda?
Na tentativa de melhorar a motivação e a qualidade do trabalho, foram implementados aumentos salariais. No entanto, em vez de resultar em maior dedicação, observou-se um aumento do descuido e da incompetência. Os erros tornaram-se mais frequentes, evidentes e desmazelados. Inspirado pela analogia de “deitar fogo aos barcos”, foi tomada a decisão de adotar medidas drásticas, incluindo a substituição de colaboradores que não cumprem as suas responsabilidades.
O tecido empresarial português é composto maioritariamente por micro-empresas, representando 96% do total de empresas. Esta estrutura reflete a dificuldade de expansão, muitas vezes atribuída à falta de visão e formação dos empresários. Em 2023, existiam cerca de 570 mil entidades ativas, com um rácio entre nascimentos e encerramentos de 3,8, um dos mais elevados da última década (InformaD&B) (Racius) (GEE). Esta realidade impede muitas empresas de crescerem e se tornarem mais robustas, resultando numa prevalência de micro-empresas e numa dependência excessiva dos poucos colaboradores comprometidos.
Esta nova abordagem marca o fim da indulgência. A partir de agora, terá de ser exigido o máximo dos colaboradores e, se não corresponderem, serão substituídos. Após anos de experiência, tornou-se evidente que a maioria dos colaboradores não justifica o valor que recebe sem serem rigorosamente avaliados e, se necessário, substituídos. Esta mentalidade precisa mudar para que o tecido empresarial português possa prosperar e gerar rendimentos justos.
É essencial que os empresários adotem uma postura firme e exijam o melhor dos seus colaboradores para construir empresas fortes e sustentáveis, ou então que comecem à procura de formas da Inteligência Artificial substituir estes colaboradores e assim dar razão a quem acha que a IA vai ser prejudicial para os Recursos Humanos.
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