Houve um tempo em que o povo dizia “Isto é verdade porque o Padre disse-o na Igreja durante a Missa!” e todos acreditavam.
Os tempos evoluíram e com o surgimento da Impressa escrita, o povo passou a dizer “Isto é verdade porque vem no Jornal!” e todos acreditavam.
Os tempos continuaram a evoluir e com o surgimento da rádio e da Televisão, o povo passou a dizer “Isto é verdade porque ouvi na rádio!” ou “Isto é verdade porque vi na televisão!” e todos acreditam.
Mas com o surgimento da Internet e com a facilidade que esta nos presenteia, pois vivemos tempos em que qualquer pessoa pode escrever algo numa qualquer página sem que ninguém o possa impedir, já não podemos nem devemos dizer “Isto é verdade porque li na Internet!”
Toda a informação na Internet não passa disso, certa ou errada é Informação. De nada nos serve se não tivermos pensamento crítico e capacidade de análise para podermos construir o nosso próprio conhecimento discernindo o que é certo ou o que é errado. Estamos perante um novo paradigma.
Assistimos impotentes aos constantes atropelos à língua portuguesa e às instituições públicas e privadas com uma imagem séria quando se percorre os muitos comentários de pessoas menos informadas ou com opiniões distintas que não abdicam de expor a sua opinião, mesmo que para tal estejam a denegrir a imagem do titular dessa página ou até mesmo a sua própria pessoa.
É de louvar a vontade de muitas instituições em concordarem com esta liberdade, agindo numa atitude meramente correctiva, eliminando os diversos comentários, muitas vezes nefastos, e aguardando que os autores destes não os repitam. Sim! Porque a alternativa seria acabar com esta liberdade! Mas tal causaria o prejuízo dos que usam, querem e vão usar estes novos canais de comunicação para contribuir para o bem da sua comunidade, País ou até mesmo deles próprios como indivíduos e cidadãos.
Mas a que se deve esta atitude? Na minha opinião deve-se à confusão entre a “Liberdade” e a “Libertinagem”. É preciso distinguir uma da outra. É preciso distinguir o que é ser livre e ser libertino. Quando se usa a liberdade sem compromisso com a verdade e com a responsabilidade torna-se libertinagem e esta jamais será capaz de gerar felicidade.
Ser-se Livre não é fazer tudo o que se quer, mas muitas vezes é ter a capacidade de não fazer o que se quer mas sim o que é melhor para a sua família, para a sociedade onde se insere ou até mesmo para o seu País. Ser-se livre é contribuir para o crescimento de uma instituição. Ser-se livre é contribuir positivamente para a construção de algo. E aí sim será feliz pois contribuiu para algo positivo e assim manter-se-á a Internet livre pois não haverá necessidade de atitudes bloqueadoras, correctivas ou até mesmo restritivas.